Lomotil
Bula
Para que serve?
Lomotil (cloridrato de difenoxilato, sulfato de atropina) é indicado no tratamento sintomático
das diarréias agudas e crônicas, como terapêutica coadjuvante de reidratação apropriada
após colostomia ou ileostomia, para controle da formação de fezes e para alívio dos
sintomas na colite ulcerativa.
Posologia
Uso em Adultos
A dose inicial usual é de 5 mg de cloridrato de difenoxilato (2 comprimidos*) 3 a 4 vezes ao
dia. Em casos de diarréia aguda, uma dose inicial de até 10 mg (4 comprimidos) pode ser
administrada, seguida por 5 mg (2 comprimidos) a cada 6 ou 8 horas. Não exceda a dose de
20 mg/dia. Após controle inicial da sintomatologia, a dose deve ser reduzida de acordo com
as necessidades individuais de cada paciente.
Essas doses recomendadas não devem ser ultrapassadas.
* Cada comprimido de Lomotil (cloridrato de difenoxilato, sulfato de atropina) contém 2,5
mg de cloridrato de difenoxilato e 0,025 mg de sulfato de atropina.
Uso em Idosos
Aos pacientes idosos aplicam-se todas as recomendações anteriormente descritas.
Contraindicação
Lomotil (cloridrato de difenoxilato, sulfato de atropina) é contra-indicado a pacientes
com hipersensibilidade conhecida ao difenoxilato, à atropina ou a qualquer
componente da fórmula. Lomotil é contra-indicado a pacientes com icterícia. É
também contra-indicado no tratamento da diarréia associada à enterocolite
pseudomembranosa, a qual pode ocorrer durante ou após várias semanas seguintes
ao tratamento com certos antibióticos, assim como em diarréias causadas por
bactérias produtoras de enterotoxinas e colites ulcerativas agudas.
Avisos e Cuidados
Deve ser utilizada reposição apropriada de líquidos e terapia com eletrólitos para evitar a
desidratação.
Em caso de desidratação aguda ou desequilíbrio eletrolítico, o uso de Lomotil (cloridrato
de difenoxilato, sulfato de atropina) deverá ser suspenso até o início de terapia corretiva
apropriada, pois a inibição dos movimentos peristálticos induzida pelo fármaco poderá
resultar na retenção de líquidos no intestino, o que agravará ainda mais a desidratação e o
desequilíbrio eletrolítico.
A dose recomendada não deve ser excedida, pois pode haver acúmulo de cloridrato de
difenoxilato e do sulfato de atropina. Uma dose subterapêutica de atropina foi adicionada ao
produto, entretanto, os efeitos terapêuticos da atropina podem ocorrer em alguns indivíduos
susceptíveis, como pacientes portadores da Síndrome de Down.
Lomotil deve ser usado com extrema cautela em pacientes com doença hepato-renal
avançada e em todos os pacientes com função hepática alterada, pois o coma hepático
pode ser precipitado.
Deve-se ter cautela também nas hipertrofias prostáticas, insuficiência renal, doenças
respiratórias, retenção urinária, hipo e hipertireoidismo, glaucoma e miastenia grave.
Agentes que inibem a motilidade intestinal ou prolongam o tempo de trânsito intestinal em
alguns pacientes portadores de colite ulcerativa aguda são referidos como indutores de
megacólon tóxico. Conseqüentemente, pacientes com colite ulcerativa aguda devem ser
cuidadosamente observados e a terapia com Lomotil deve ser prontamente interrompida
caso ocorra distensão abdominal ou se aparecerem outros sintomas desagradáveis.
Atenção: este medicamento contém açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em
diabéticos.
Uso durante a Gravidez
O uso de qualquer fármaco durante a gravidez ou por mulheres com possibilidade de
estarem grávidas requer a avaliação de seus potenciais benefícios bem como dos riscos ou
danos que possa acarretar à mãe ou ao feto. Não utilizar esse medicamento no primeiro
trimestre da gravidez. A atropina pode atravessar a placenta humana; portanto o uso deste
medicamento durante a gravidez não é seguro.
Uso durante a Lactação
Lomotil não deve ser usado durante a amamentação, pois o cloridrato de difenoxilato e
sulfato de atropina podem ser excretados no leite humano e conseqüentemente os lactentes
de mães que tomam o produto podem apresentar alguns efeitos desses fármacos. Caso o
uso desse medicamento seja necessário, deve-se optar por algum método alternativo de
alimentação, uma vez que o ácido difenoxílico, o metabólito ativo do difenoxilato, aparece no
leite materno.
Efeitos na Habilidade de Dirigir e Operar Máquinas
Lomotil poderá ocasionar sonolência e tontura. Portanto, deverão ser tomadas precauções
ao dirigir ou operar máquinas perigosas.
Superdosagem
A superdosagem acidental pode produzir narcose com depressão respiratória ou intoxicação
atropínica, particularmente em crianças. Sinais iniciais de superdosagem podem incluir
efeitos atropínicos, tais como: secura da pele e membranas mucosas, midríase, agitação
psicomotora, insônia, vermelhidão, hipertermia e taquicardia, seguidas de letargia e coma,
reflexos hipotônicos, nistagmo, pupila puntiforme e depressão respiratória. Entretanto,
efeitos atropínicos podem mascarar os efeitos da toxicidade do difenoxilato.
Uma vez que a depressão respiratória pode ocorrer até 30 horas após a ingestão de
difenoxilato e a despeito da resposta inicial a antagonistas dos narcóticos, trate todas as
superdosagens de Lomotil (cloridrato de difenoxilato, sulfato de atropina) como sérias e
mantenha o paciente sob contínua observação médica no mínimo por 48 horas.
Caso ocorra depressão respiratória, deverá ser administrado o cloridrato de naloxona; se
esse não estiver disponível, deve-se utilizar cloridrato de nalorfina. Esse é um antídoto
específico, porém, uma vez que a duração de sua ação é consideravelmente mais curta que
a do difenoxilato, podem ser necessárias injeções repetidas desse antídoto; se necessário,
deverão ser procedidas medidas de permeabilização das vias aéreas e instituída a
ventilação artificial. Se o paciente não estiver em coma, é indicado o uso de lavagem
gástrica e administração de pasta de carvão ativado.
Uma terapia apropriada de fluidos e eletrólitos deve ser também administrada para proteger
o paciente contra a desidratação. Se ocorrer desidratação grave ou desequilíbrio eletrolítico,
o uso de Lomotil deve ser suspenso e somente deve ser retomado após ter sido iniciada a
terapêutica corretiva apropriada. A inibição do peristaltismo induzida pelo fármaco pode
resultar em retenção hídrica a nível intestinal, o que pode agravar ainda mais a desidratação
e o desequilíbrio eletrolítico.